segunda-feira, 26 de março de 2018

Dia da Independência de Bangladesh

                                         
Muitos foram os motivos que levaram o Paquistão Oriental a buscar sua independência do Paquistão Ocidental. A história nos conta que foi com muita luta e sacrifícios que este país alcançou sua almejada liberação, não obstante, três milhões de mártires pagaram um elevado preço para que no dia de hoje a República Popular de Bangladesh pudesse comemorar o seu 47º aniversário como nação livre.

Com a saída dos Ingleses da chamada Índia Britânica em 1947, duas nações tornaram-se soberanas, a Índia e o Paquistão, sendo que este último além do seu território principal possuía uma Asa Oriental, separada pelo território Indiano a 1.600 km de distância.

Este pequeno território chamado Paquistão Oriental começou a ser segregado não somente pela distância do seu governo principal, mas também por suas peculiaridades culturais e religiosas. Foram vinte e quatro anos de domínio paquistanês onde atitudes ditatoriais, levaram a uma crescente insatisfação da população Oriental até que culminasse numa grande guerra chamada de Guerra da Liberação em 1971.

Os principais motivos que levaram à guerra foram a decisão do governo Paquistanês de tornar o Urdu a língua oficial do país em detrimento a língua Bengali, a discriminação étnica, a falta de autonomia regional, o total descaso do governo central após o Ciclone Bhola em 1970, dentre outras discrepâncias entre as duas Asas.

Mas o fato que realmente mudou a história foi a decisão do Presidente Yahya Khan de não reconhecer a liderança do Sheikh Mujibur Rahman na província Oriental. Após esmagadora vitória nas eleições gerais de 1970 a Liga Awami foi vencedora, mas não conseguiu assumir a liderança do Paquistão Oriental.

Então em 07 de Março de 1971, num pronunciamento para mais de um milhão de pessoas em Dhaka, o chamado Bangabandhu (Amigo dos Bengaleses) Sheikh Mujibur Rahman, anunciou ao seu povo o início de um movimento de não-cooperação com o Paquistão Oriental e decorrente defesa do território em prol da Independência de Bangladesh.

Em 25 de Março de 1971, o Presidente Khan iniciou uma operação para acabar com o movimento insurgente do Paquistão Oriental; então já nas primeiras horas do dia 26 de Março, pouco antes de ser preso por Conspiração contra o Estado, o Sheikh Mujib declarou a Independência de Bangladesh, levando o país a uma guerra pela sua liberação que terminaria nove meses depois, no dia 16 de Dezembro de 1971 - o chamado Dia da Vitória - à custa de milhões de vidas.               

            Hoje em Bangladesh, 26 de Março de 2018, comemoram-se os 47 anos da sua Independência e a glória de todos estes mártires que perderam suas vidas pelo ideal de liberdade do seu país. As comemorações incluem solenidades cívicas, paradas, concertos, orações e pronunciamentos políticos e patrióticos.

            Após anos de domínio paquistanês, Bangladesh obteve sua independência, mas apenas três anos e meio depois sofreu uma revolta por parte de militares insurgentes que tomaram o poder. O país vivenciou por mais alguns anos administrações desastrosas, repletas de corrupção, instabilidade política, lentas mudanças econômicas e falta de infra-estrutura.
  
Nas últimas duas décadas, após a queda do regime militar, Bangladesh vem experimentando um crescimento sem precedentes, sua economia tem crescido em torno de 6% ao ano. As medidas econômicas do governo promoveram uma drástica queda nos níveis de pobreza e levaram o país em 2015 ao status de renda média-baixa do Banco Mundial. Mesmo sendo um país de apenas 47 anos, seu GDP se equipara ao da Finlândia e supera o de Portugal, Nova Zelândia, Grécia, dentre outros.

Viva Bangladesh, Insha´Allah que os próximos anos sejam de contínuo crescimento e de prosperidade.


The Independence Day of Bangladesh

Many reasons have led East Pakistan to seek independence from West Pakistan. History tells us that it was with much struggle and sacrifice that this country reached its desired liberation; nevertheless three million martyrs paid a high price so that today the People's Republic of Bangladesh could celebrate its 47th anniversary as a free nation.

With the departure of the British from the so-called British India in 1947, two nations became sovereign, India and Pakistan, the latter of which, besides its main territory, had an Eastern Wing, separated by Indian territory about 1,600 km away.

This small territory called East Pakistan began to be segregated not only by the distance of its main government, but also by its cultural and religious peculiarities. It was twenty-four years of Pakistani rule where dictatorial attitudes led to growing dissatisfaction with the Eastern population until it culminated in a major war called the Liberation War in 1971.

The main reasons that led to the war were the decision of the Pakistani government to make Urdu the official language of the country over Bengali language, ethnic discrimination, lack of regional autonomy, total disregard of the central government after the Bhola Cyclone in 1970, among other discrepancies between the two wings.

But the fact that actually changed the story was President Khan's decision of not recognizing Sheikh Mujibur Rahman's leadership in the eastern province. After an overwhelming victory in the 1970 general election, the Awami League won but did not take over the leadership of East Pakistan. Then on March 7, 1971, in a speech for more than one million people in Dhaka, the so-called Bangabandhu (Friend of the Bangalis) Sheikh Mujibur Rahman announced the beginning of a non-cooperation movement against East Pakistan and called his people in the defense of the territory for the coming Independence of Bangladesh.

On 25 March 1971, President Khan began an operation to stop the insurgent movement in East Pakistan; in the early hours of March 26, before being arrested for conspiracy against the state, Sheikh Mujib finally declared the Independence of Bangladesh, leading the country to a war for its liberation that would end nine months later, on 16 December 1971 - the Victory Day - at a cost of millions of lives.

 Today, March 26, 2018, Bangladesh celebrates the 47th anniversary of its Independence and the glory of all those martyrs who lost their lives for the ideal of freedom. The celebrations include civic ceremonies, parades, concerts, prayers and patriotic pronouncements.

After years of Pakistani rule, Bangladesh gained its independence, but only three and a half years later held a revolt by insurgent military that seized the power. The country experienced disastrous administrations for a few more years, filled with corruption, political instability, slow economic changes and lack of infrastructure.

In the last two decades, after the fall of the military regime, Bangladesh has been experiencing unprecedented growth; its economy has grown by around 6% per year. The government's economic measures have led to a dramatic drop in poverty levels and have led the country in 2015 to the World Bank's low-middle income status. Although it is a country of only 47 years, its GDP is compared to the Finland GDP and exceeds the Portugal, New Zealand, and Greece GDP´s, among others.

Hurrah Bangladesh, Insha'Allah that the coming years keep this continuous growth and prosperity.

                                                                                                Profº Marcelo Grendel Guimarães
                                                                                            Consul de Bangladesh - em processo
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domingo, 25 de março de 2018

Por Onde Anda: Morena Abdala e Victoria Almeida, criadoras do SophiaData

(Na foto, Victoria Almeida, Devlin Biezus e Morena Abdala - três egressas do curso de Relações Internacionais. Victoria e Morena são criadoras do Projeto SophiaData e Devlin participou como convidada do evento de inauguração). 

Victoria Almeida e Morena Abdala se conheceram no curso de Relações Internacionais do UNICURITIBA. Após concluírem a graduação, Morena em 2014 e Victoria em 2016, ambas tornaram-se pesquisadoras na área. Victoria atualmente é mestranda na Universidade de Brasília (UNB) e Morena cursou especialização na Columbia University, fez estágio na ONU e atualmente é pesquisadora pela Harvard University. Ambas, sentiram a dificuldade enfrentada por mulheres para terem visibilidade em suas pesquisa no meio acadêmico e decidiram criar o projeto SophiaData, uma plataforma para integrar pesquisadoras por meio da tecnologia.

Em entrevista ao Blog Internacionalize-se, elas explicam esta iniciativa. 




Blog Internacionalize-se: Como foi a trajetória profissional de vocês entre a graduação em Relações Internacionais e a criação da SophiaData?

Morena Abdala: As nossas trajetórias foram relativamente similares entre a nossa graduação de Relações Internacionais e a criação do SophiaData. Durante a graduação tanto eu, Morena, quanto a Victória seguimos uma trajetória focada em pesquisa acadêmica em áreas específicas e após a graduação nos vimos em um limbo de emprego. Não queríamos trabalhar com comércio exterior, amávamos a ideia de pesquisa, mas no Brasil não era algo tão fácil, algo que futuramente daríamos início ao processo que busca modificar isso.

A Victória conseguiu um estágio no International Policy Centre for Inclusive, centro de pesquisa da Nações Unidas em parceria com o IPEA, e deu procedência à sua pesquisa de mestrado em RI na Universidade de Brasília como bolsista do CNPq, onde pesquisa sobre China. Com a sua experiência acadêmica na UnB e também na Fudan University, onde foi bolsista no ano passado, percebeu a necessidade de termos mais divulgação e espaço para as mulheres pesquisadoras.

Eu tive um caminho diferente dentro da área da pesquisa, pois a minha vida de pesquisa acabou rumando para fora do país. Devido à minha primeira graduação em Teologia, pude fazer uma especialização na Columbia University em Segurança Internacional e, ao mesmo tempo, realizei um projeto de internship na sede da ONU em Nova Iorque. Tive a oportunidade de fazer uma imersão e me tornar pesquisadora da Harvard University na área de governo, universidade pela qual ainda realizo minhas pesquisas. No Brasil, as portas se abriram para dar aula dentro de uma escola de ensino fundamental, na área de Geografia e Geopolítica, mas também via que o espaço ocupado pelas mulheres na pesquisa internacional não era proporcional ao dos homens, e era algo que me incomodava.

Quando a Victória me abordou com as angústias dessa realidade, e algumas ideias de como combatermos isso e nos tornarmos significativas para a história das mulheres pesquisadoras no Brasil, não hesitei em aceitar. De um café para um bate-papo normal, nasceu a ideia de criarmos uma plataforma virtual para a integração entre estas mulheres.


Blog Internacionalize-se: O que é a SophiaData e como funciona?
Victoria Almeida: A SophiaData é um projeto que visa a expandir a visibilidade e os relacionamentos entre mulheres pesquisadoras por meio da tecnologia. A SophiaData será uma plataforma digital, conectando pesquisadoras, docentes e especialistas entre si e também com o mercado de trabalho. Estamos na primeira etapa de desenvolvimento da plataforma, na qual será lançado um blog dedicado a publicação de conteúdos inéditos produzidos por mulheres. A segunda etapa, ainda em desenvolvimento, contará com o lançamento da rede em si. Nesta rede da SophiaData, será possível para mulheres pesquisadoras, nos mais diversos níveis da vida acadêmica, cadastrarem seus currículos, artigos e materiais inéditos. Ao criarem seus perfis na SophiaData, as mulheres poderão buscar outras colegas que atuam na mesma área, buscar parcerias e também aumentarão sua visibilidade junto ao mercado de trabalho. A ideia é que a plataforma seja mais um meio de interação entre pares na academia, para além dos meios tradicionais que conhecemos, e também uma ponte para parcerias e empregos.


 Blog Internacionalize-se: Como surgiu a ideia deste projeto? O que motivou a sua criação?
Victoria Almeida: A SophiaData é um projeto que nasceu da nossa vivência no meio acadêmico e dos desafios enfrentados por mulheres pesquisadoras em diversas áreas e níveis de atuação. A vivência e também os dados, reforçaram a necessidade de um primeiro espaço virtual como este e o longo caminho a ser percorrido na luta pela igualdade de gênero no meio acadêmico em nosso país. Apesar de representarem mais de 40% dos pesquisadores cadastrados no Brasil, segundo dados da Elsevier, as mulheres ainda enfrentam dificuldades de inserção profissional, disparidades salariais e dificuldades em alcançar posições seniores na área da pesquisa e da docência. Mesmo representando a maior parte de doutores em nosso país, as mulheres não são remuneradas de acordo com o teto salarial de profissionais tão qualificados. As acadêmicas brasileiras possuem elevados índices de produção científica, entretanto ainda possuem menor impacto e menor presença em congressos e conferências científicas. Além destas questões, a SophiaData também dialoga com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, já que inclui em seu escopo questões como a igualdade de gênero, o trabalho digno e o crescimento econômico, a inovação e a redução das desigualdades.



Blog Internacionalize-se: Como a formação em Relações Internacionais contribuiu para o desenvolvimento desta iniciativa?
Morena Abdala: Cremos que foi através do curso de Relações Internacionais que a nossa perspectiva real da pesquisa e da realidade acadêmica de maneira nacional e internacional foi estabelecida. O curso também proporcionou a nossa presença em simpósios, conferências, palestras e diversos encontros acadêmicos que foram de suma importância para o desenvolvimento de nossas pesquisas, mas também como catalizador para a percepção deste confronto com a realidade masculina e disparidade de gênero que nos cercava. De maneira prática também, visto que aulas como negócios internacionais e aulas de cooperação internacional e de projetos, nos capacitaram a realizar um plano real de negócios e analisar as nuances, mercado e expectativas reais do projeto.
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quinta-feira, 22 de março de 2018

Redes e Poder no Sistema Internacional: Compreender o Sistema Internacional a partir do uso da violência nos conflitos internacionais


A seção "Redes e Poder no Sistema Internacional" é produzida pelos integrantes do Grupo de Pesquisa Redes e Poder no Sistema Internacional (RPSI), que desenvolve no ano de 2018 o projeto "Redes da guerra e a guerra em rede" no UNICURITIBA, sob a orientação do professor Gustavo Glodes Blum. A seção busca compreender o debate a respeito do tema, trazendo análises e descrições de casos que permitam compreender melhor a relação na atualidade entre guerra, discurso, controle, violência institucionalizada ou não e poder. As opiniões relatadas no texto pertencem aos seus autores, e não refletem o posicionamento da instituição.

Compreender o Sistema Internacional a partir do uso da violência nos conflitos internacionais

Gustavo Glodes Blum *

Desde a Crise Financeira de 2008, é possível afirmar que tem ocorrido um certo recrudescimento das relações políticas, econômicas e culturais no Sistema Internacional. Após esse fatídico ano, a partir do qual a grande crise econômica na qual ainda nos encontramos começou a balizar a atuação de Estados, empresas, ONGs e OIs ao redor do mundo, vários movimentos políticos que, se não se utilizaram da violência, ao menos incitaram massas a fazê-lo.

Este mesmo ano, 2008, foi cenário para alguns eventos importantes no Sistema Internacional. Hoje, completam dez anos eventos como a declaração de independência do Kosovo, que buscava se separar da Sérvia, e a sua resposta automática: a guerra feita pelo governo russo contra a Geórgia entorno da disputa pelas regiões da Abecásia e da Ossétia do Sul. 

Desde então, outras regiões se viram envolvidas em diferentes tipos de violência coletiva: as revoltas populares da Primavera Árabe, a partir de 2011; os movimentos anti-sistêmicos de ocupação do espaço público nos Estados Unidos e na Europa; o aprofundamento de crises em países do continente africano; o conflito civil na Ucrânia após a crise de 2014; o surgimento e a queda do chamado Estado Islâmico na região do Iraque e da Síria; a própria guerra nesse país, que já dura mais de sete anos; e, recentemente, o genocídio contra os Rohingya por parte do governo de Myanmar que os está expulsando em direção a Bangladesh.

O “sonho da globalização”, de uma sociedade da livre circulação de pessoas, tornou-se o contrário daquilo que, inocentemente, acreditávamos até 2008. De um mundo sem fronteiras, partimos para um mundo de muros, de contenção da circulação e do movimento: um mundo em que os diversos deslocamentos viraram “crises”. Os símbolos principais dessas crises são aqueles que apontam o estado tenso da atualidade – são os refugiados, os imigrantes, os deslocados, aqueles que tentam, de uma forma ou de outra, ter dignidade na vida.

É por isso que, em 2018, o Grupo de Pesquisa RPSI – Redes e Poder no Sistema Internacional se dedicará a compreender a forma como essas crises internacionais se traduzem nas diversas formas de uso da violência em conflitos internacionais. Após ter mapeado os principais tipos de formas de conflitos no ano de 2017, em 2018 buscaremos compreender como as Relações Internacionais atualmente se traduzem em diversos tipos de violências visíveis e invisíveis; todas, porém, sensíveis e que acabam impactando a forma como esse mundo e seus diversos agentes se comportam e interagem entre si.

Acompanhe, portanto, ao longo deste ano de 2018, às sextas-feiras, essa coluna aqui no Blog Internacionalize-se, que apresentará discussões preparadas pelas pesquisadoras e pelos pesquisadores do RPSI. Trazendo tanto discussões atuais como seus objetos de pesquisa, a partir dessa semana seus membros debaterão usos diversos da violência e a maneira como afetam as Relações Internacionais. Não deixe de acompanhar para compreender a realidade dos conflitos internacionais. 


* Gustavo Glodes Blum é internacionalista formado pelo Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA) e Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Atualmente, é professor das disciplinas de Geografia Política e Política Internacional Contemporânea do curso de Relações Internacionais do UNICURITIBA e líder do Grupo de Pesquisa "Redes e Poder no Sistema Internacional".
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sábado, 17 de março de 2018

Bangabandhu Sheikh Mujibur Rahman

O Pai da Nação

No dia de hoje o Sheikh Mujibur Rhaman nascido em 17 de Março de 1920 estaria completando 98 anos de idade. Foi na cidade de Tungipara, distrito de Gopalgonj que ele nasceu, cresceu e desenvolveu um nato espírito de liderança e carisma que o levariam a presidência de Bangladesh.

Em 1938 já na a escola secundária o Sheikh Mujib, como também é carinhosamente chamado por seu povo, demonstrou seu elevado potencial de liderança durante a visita do Ministro Chefe da então província de Bengala, onde reuniu alguns alunos para chamarem a atenção do visitante para as precárias condições da sua região. Em 1946 foi eleito Secretário Geral da União dos Estudantes da Faculdade Islâmia além de também participar como ativista da Liga Muçulmana da província de Bengala. Em 1947 entrou para a Universidade de Dhaka onde cursava a Faculdade de Direto, mas acabou sendo expulso em 1949 sem concluir o curso, devido à sua participação em movimentos contra a Universidade por não atender demandas legítimas de seus funcionários.

Sua carreira política teve início após sua saída da Universidade de Dhaka e sua eleição como um dos secretários da recém-formada Liga Muçulmana Awami do Paquistão Oriental, onde permaneceu até se tornar o Presidente do Partido.

Durante sua vida política o Sheikh Mujib se destacou em vários momentos, sendo um dos mais importantes em 1955 quando se colocou a frente do povo de Bengala contra a imposição do Paquistão em manter somente a língua Urdu como língua oficial do país. Este movimento além de também garantir o Bengali como língua oficial do país culminou mais tarde com a oficialização do dia 21 de Fevereiro, pela UNESCO, como o Dia Internacional da Língua Materna.

Como Presidente da Liga Awami sua maior contribuição foi em 1966 com a proposta do chamado Programa de Seis Pontos, onde enumerou seis condições de governança que dariam os primeiros passos para a independência do país.

O lançamento desta idéia, não agradou o governo do Paquistão Ocidental que era detentor da província de Bengala chamada de Paquistão Oriental. A movimentação em prol de uma eventual independência colocou o Shikh Mujib atrás das grades sob a acusação de conspiração contra o Estado. Este caso ficou conhecido como a Conspiração de Agartala, mas durante o seu julgamento houveram inúmeros e vultuosos protestos em favor do carismático Sheikh Mujibur Rahman. Tentando evitar uma guerra civil, Yahya Khan, então presidente do Paquistão decidiu encerrar o caso e liberar o acusado sem nenhuma restrição.

Após sua liberação da cadeia, o Sheikh Mujib ganhou mais força e foi recebido com uma emblemática festa onde recebeu o título de Bangabandhu ou Amigo do Povo Bengali, título que ainda seria complementado mais tarde por “Pai da Nação”.

Esta não foi a primeira vez que o Sheikh Mujib havia sido detido, devido a sua personalidade forte e sua incansável luta pelos injustiçados, somou mais de dez anos na prisão tendo sido encarcerado doze vezes, em 1938, 1940, 1948, 1949, 1950, 1954, 1958, 1962, 1964, 1966, 1968 e em 1971.

Em 1970 a Liga Awami obteve uma vitória épica nas eleições gerais do Paquistão tornando o Sheikh Mujibur Rahman o líder do Paquistão Oriental, mas ele nunca conseguiu assumir esta função, pois o Presidente Khan barrou a possibilidade da Liga Awami formar um governo naquela província.

Foi então que no dia 07 de Março de 1971 o Bangabhandu Sheikh Mujibur Rahman realizou um histórico discurso para mais de um milhão de pessoas, chamando seu povo para a Independência de Bangladesh. Bangabandhu propôs um movimento de não cooperação, com greve geral, paralisação de empresas, órgãos públicos e o fim das remessas financeiras para o Paquistão Ocidental. Ele pediu que cada um construísse um forte em sua residência e que resistisse ao inimigo paquistanês e o combatesse com qualquer coisa que tivesse em mãos. O grito de guerra era JOY BANGLA!

Após esse discurso, o Presidente do Paquistão Yahya Khan decretou Lei Marcial no país, prendeu o Sheikh Mujib por conspiração e na noite de 25 de Março de 1971 iniciou um grande genocídio que causou a morte de milhares de inocentes Bengalis. Começava então a Guerra da Liberação. Passados nove meses de sangrentas batalhas e mais de três milhões de mortos, Bangladesh se torna finalmente um país independente.  
           
            O Pai da Nação, aquele que formou os pilares para este acontecimento, continuou preso durante todo o período da Guerra no Paquistão Ocidental, sendo somente libertado no dia 10 de Janeiro de 1972 quando retornou heroicamente ao novo país Bangladesh, para assumir seu papel de liderança na reconstrução de uma nação de pós-guerra.
           
            O Bangabandhu Sheikh Mujibur Rahman assumiu o governo com propostas de reconstrução, crescimento econômico, geração de empregos e fim da fome no país, mas seu governo durou apenas três anos e meio. Em 15 de Agosto de 1975 teve sua residência invadida por um grupo de militares insurgentes e foi brutalmente assassinado juntamente com outros membros de sua família e alguns funcionários.

Este foi um dos vários golpes militares ocorridos em Bangladesh até que em 1996 a Liga Awami reassumiu o governo e lidera o país com a atual Primeira Ministra Sheikh Hassina Wazed, filha sobrevivente do Pai da Nação o Bangabandhu Sheikh Mujibur Rahman.

The Father of the Nation

Born in the city of Tungipara, Gopalgonj district in March 17, 1920, Sheikh Mujibur Rhaman would be completing today 98 years of age.  In this hometown he grew up and started developing his great spirit of leadership and charisma that would lead him to the presidency of Bangladesh.

In 1938 at the secondary school, Sheikh Mujib, as he is kindly called by his people, demonstrated his great potential of leadership during the visit of the Chief Minister of the Bengal province, where he gathered some students to get the visitor attention toward the precarious conditions in their region. In 1946 he was not only elected General Secretary of the Students Union at the Islamia College but also participated as an activist of the Muslim League of Bengal province. In 1947 he entered the University of Dhaka to study Law, but he was expelled in 1949 without completing the course due to his participation in protests against the University for not attending legitimate demands of its employees.

His political career started after he leaves University of Dhaka and become one of the elected secretaries of the newly formed Awami Muslim League of East Pakistan, where he remained until become the President of the Party.

During his political life, Sheikh Mujib had to take many decisive actions in different occasions; one of the most important was in 1955 when the Bengali people were facing the Pakistani government imposition to make Urdu the only official language of the country. This crusade had not only also recognized Bengali as the official language, but culminated later in the UNESCO establishment of the International Mother Language Day on February 21.

As a President of the Awami League his greatest contribution was in 1966 with the proposed of the Six Points Program, where he listed six conditions of governance that would take the first steps towards the independence of the country.

The Six Points Program did not please the government of West Pakistan which held the province of Bengal than called East Pakistan. The move toward eventual independence has put Shikh Mujib behind bars on charges of conspiracy against the state. This case became known as the Agartala Conspiracy; during its trial there were numerous and massive protests in favor of the charismatic Sheikh Mujibur Rahman. Trying to avoid a civil war, Yahya Khan, then president of Pakistan decided to close the case and release the accused without any restriction.

After been released from prison, Sheikh Mujib gained strength and was received back in Dhaka with an emblematic party where he was given the title of Bangabandhu or Friend of the Bengali People, a title which would later be supplemented by "Father of the Nation".

This was not the first time Sheikh Mujib had been detained because of his strong personality and tireless struggle for the wronged, he had been in prison for more than ten years and was imprisoned twelve times in 1938, 1940, 1948, 1949, 1950, 1954, 1958, 1962, 1964, 1966, 1968 and 1971.
In 1970 the Awami League had an epic victory in Pakistan's general election making Sheikh Mujibur Rahman the leader of East Pakistan, but the President Khan barred the possibility of the Awami League forming a government in that province.

It was then that on March 7, 1971 the Bangabhandu Sheikh Mujibur Rahman held a historic speech to a public of more than one million, calling his people to the Bangladesh Independence. Bangabandhu proposed a non-cooperation movement, with general strike, shutdown of companies, public agencies and the end of the financial remittances to West Pakistan. He asked each Bengali to build a fort in their home and to resist the Pakistani enemy and fight them with whatever they have in hands. The war cry was JOY BANGLA!

After this speech, the President of Pakistan Yahya Khan decreed Martial Law in the country, arresting Sheikh Mujib for conspiracy. On the night of March 25, 1971 the Pakistani army initiated a great genocide that caused the death of thousands of innocent Bengalis and so the Liberation War began. After nine months of bloody battles and more than three million deaths, Bangladesh finally becomes an independent country.

The Father of the Nation, who formed the pillars for this event, remained imprisoned during the entire period of the War in West Pakistan, only to be released on January 10, 1972 when he heroically returned to the new country of Bangladesh to assume his leadership role in the reconstruction of a post-war nation.

Bangabandhu Sheikh Mujibur Rahman took over the government with proposals of reconstruction, economic growth, job creation and to put an end to the country starvation; but unfortunately his government lasted only three and a half years. On August 15, 1975, he was invaded by a group of insurgent soldiers and was brutally murdered along with other members of his family.

This was one of several military coups that occurred in Bangladesh until in 1996 the Awami League resumed the government and leads the country with the current Prime Minister Sheikh Hassina Wazed, surviving daughter of Father of the Nation Bangabandhu Sheikh Mujibur Rahman.


                                                                                   Profº Marcelo Grendel Guimarães
                                                                                            Consul de Bangladesh - em processo
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quinta-feira, 8 de março de 2018

A Teoria Feminista e As Ondas do Movimento Feminista

Artigo apresentado na disciplina de Análise em Política Externa e Relações Internacionais, ministrada pela Profa Dra Janiffer Zarpelon, do curso de Relações Internacionais UNICURITIBA. 


* Eliana Gabriela Opuchkevich



Segundo o livro The Globalization of World Politics, dos autores John Baylis, Steve Smith e Patricia Owens, temos cinco tipos de visões teóricas feministas desde 1980, são elas a Liberal, socialista/marxista, ponto de vista, pós-moderna e pós-colonialista. O termo gênero geralmente se refere a construção social de homem e mulher, algumas das cinco teorias abordam diferenças biológicas outras não, mas o mais importante é analisar como os conceitos de gênero afetam as consequências para homens e mulheres no mundo político.
No final dos anos 1980, o feminismo liberal teve mais força com a questão ‘onde estão as mulheres no mundo político?’. Na sociedade os indivíduos determinados homens ou mulheres possuem direitos específicos. Os direitos devem ser concedidos igualmente. A feminista e escritora Cynthia Enloe começou a premissa de que se nós simplesmente nos perguntarmos ‘onde estão as mulheres no mundo político?’ veremos a exclusão que o mundo político faz das mulheres, pela consequência ‘natural’ biológica.
A segunda vertente é o feminismo socialista/marxista, que diz que a vida da mulher é determinada por forças materiais e econômicas.  Para o feminismo marxista a desigualdade vem do sistema capitalista e derrubá-lo é necessário para realização da igualdade.  Para o feminismo marxista o capitalismo é o principal opressor e para o socialista além do capitalismo é o patriarcado.
Uma terceira vertente é o ponto de vista feminista, que emergiu do feminismo socialista e da ideia de um sistema de classe particular. A posição da vertente é identificar a subordinação das mulheres como uma classe particular em virtude do sexo e não da posição econômica.
O feminismo pós-moderno como quarta vertente, faz críticas sobre a distinção entre sexo e gênero e os papéis não naturais da mulher e do homem na política mundial, isso influencia na explicação das diferentes posições do homem e da mulher no mundo.
A última forma do feminismo é o pós-colonial, com a visão de classes, raça e gênero em uma escala global, e especialmente a análise dos efeitos de gênero da cultura transnacional, a desigual divisão do trabalho na economia política global, e uma crítica ao Ocidente, mostrando a dificuldade da combinação do patriarcado e o sofrimento do colonialismo.
Segundo Gilberto Sarfati, não há uma epistemologia única dentro do feminismo. No campo positivista encontra-se, as liberais, que buscam estender às mulheres os direitos garantidos aos homens. Há ainda as feministas que se associam ao Marxismo, socialismo e ao Neoliberalismo. Entretanto, a maior parte das perspectivas feministas de Relações Internacionais vem do projeto pós-positivistas, incluindo as visões associadas ao Construtivismo, Teoria Critica e Pós-modernismo. Segundo Jordan Peterson, o termo feminismo denomina os estudos e as teorias que são criticas à hierarquia do gênero. Portanto, é bastante forte dentro da visão feminista das Relações Internacionais a ideia da necessidade da reconstrução teórica.
As mulheres ao longo da história até os dias de hoje lutam com dificuldade para adquirir direitos que os homens conquistaram com muita facilidade, essa luta nos remete as Ondas do Movimento feminista, que são movimentos diversos, tendo como principal objetivo garantir a participação igualmente ativa de mulheres e de homens na realidade da sociedade onde vivem.
O termo ondas é usado por Platão, e significam as dificuldades a serem enfrentadas para construir uma cidade justa. Neste caso e no feminismo, a ênfase são as dificuldades a serem vencidas, necessárias para uma sociedade mais justa. A cada onda dos feminismos, assim como a cada onda da kallípolis (da bela e boa cidade de Platão), os obstáculos se apresentam, uma nova onda é algo necessário de ser reconhecido e apontam os equívocos da sociedade falocêntrica e patriarcal.
As mulheres em várias partes do mundo conquistaram vários desafios, como o poder de voto, poder trabalhar fora de casa, direito ao divórcio, mas alguns desafios ainda não foram conquistados, ainda temos a violência de gênero antes chamada de “crimes passionais”, que são hoje relacionados com as condições históricas e sociais de desigualdade de gênero que mata diariamente muitas mulheres.
A disparidade nos cargos e remunerações ainda é um desafio a ser enfrentado no mercado de trabalho. No Brasil de acordo com uma pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento as mulheres brancas ainda ganham em média 30% e as mulheres pretas 35% menos do que os homens para exercer a mesma atividade e função. No Brasil a cada 12 segundos uma mulher é violentada, de acordo com uma pesquisa da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal, a cada 10 minutos, uma mulher é estuprada, de acordo com o Mapa da Violência, e a cada 90 minutos uma mulher é assassinada, de acordo com o IPEA. Todas essas violências estão relacionadas à questão de gênero. Mesmo inseridas no mercado de trabalho, as mulheres são responsáveis pelo trabalho doméstico, acumulando funções dentro e fora de casa. Esses debates são importantes para os movimentos feministas e para a sociedade como um todo, que é composta primariamente por pessoas que devem ter seus direitos garantidos e respeitados.
Na passagem do século XIX para o século XX, as sociedades ocidentais eram notadamente influenciadas por correntes liberais, pautadas em ideais de liberdade individual e igualitarismo. Esse liberalismo era, no entanto, marcado pelo patriarcalismo. Nessa época, surge a denominada primeira onda do feminismo, por mulheres brancas, de classe média e insatisfeitas com a submissão e opressão.
A primeira onda, a partir da Revolução Industrial até o período entre guerras, reivindicava o direito ao sufrágio, divórcio e educação para as mulheres. Nesta primeira onda, cujos movimentos já se revelavam mesmo antes da era iluminista, como na literatura e poesia de mulheres renascentistas. Em 1791, a francesa Olympe de Gouges redige a conhecida Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, escrevendo no preâmbulo que a mulher tanto é o sexo superior em beleza quanto em coragem, nos sofrimentos da maternidade, além do que, nos dezessete artigos do documento, escreve os princípios que deveriam reger em direitos e obrigações a vida da mulher e do homem, correlacionando liberdade, justiça e resistência à opressão, um modelo explicitamente provocador da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 na França.
A luta por liberdade foi, muitas vezes, recompensada com a vida, em 1793 Olympe de Gouges foi executada. Numa época onde as leis eram criadas por homens, as mulheres começam a tomar consciência histórica de sua cidadania e a enxergar a possibilidade de romper as correntes repressivas que as deixavam em posição de submissão e inferioridade aos homens.
A inglesa Mary Wollstonecraft, em Vindication of rights of woman, de 1792, entendia que o simples ato de nascer mulher já comporta em si inferioridade, opressão e desvantagem, mas apenas aparentam ser por falta de escolaridade. Para De Gouges e Wollstonecraft, era necessário que, ao lado do homem, a mulher pudesse ter uma individualidade autônoma, reconhecida em sua dimensão racional e moral.
A Segunda Onda começa na década de 1950 e vai até 1980, com a busca do direito sobre o próprio corpo. Através do livro "O segundo sexo", da francesa Simone de Beauvoir, com a frase “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, tem início à eclosão da segunda grande onda, o que influenciou na organização de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero, que envolve o direito à contracepção e ao aborto. Fomentou-se, então, principalmente na esfera intelectual, a noção de dominação que as mulheres sempre foram submetidas.
Como interlocutoras de Beauvoir, feministas norte-americanas como Betty Friedan, Kate Millet e a australiana Germaine Greer, entre outras, lançam-se a movimentos pela emancipação das mulheres, provocando novas iniciativas práticas e teóricas para que a violência sobre os corpos femininos pudesse ser freada. Para Friedan, as mulheres deveriam reivindicar o poder, destituir-se da mística feminina, abrindo novos espaços para o questionamento do eixo central da sexualidade fundado no patriarcado.
Durante as duas grandes guerras mundiais, as mulheres tiveram que trabalhar fora de casa no lugar de seus maridos nas fábricas, já que eles se encontravam em combate. Com o fim da guerra, e não precisando mais que as mulheres continuassem na fábrica e desejando que elas voltassem a cuidar dos afazeres domésticos, as propagandas de eletrodomésticos reafirmavam o papel de dona de casa das mulheres, para que estas não deixassem sua maior ´obrigação` e vocação.
Foi na segunda onda que se originou o dia internacional da mulher, em 25/03/1911, nos Estados Unidos, acontecia um protesto feito por operárias para diminuição da carga horário no trabalho, elas protestavam dentro de uma fábrica, que foi incendiada e parte das grevistas foi trancada no galpão deixando aproximadamente 140 mulheres mortas.
A terceira onda (a partir de 1990 até a presente data) surge como uma forma de resposta às falhas da segunda onda, se recusando a perceber o movimento como um projeto único, moldado para a mulher ocidental, branca, de classe média e instruída e sim pela multiplicidade de feminismos. Este novo movimento se caracteriza por ser mais relativista, o que significa dar especial atenção às questões relativas aos diferentes tipos de mulher, considerando aspectos culturais, sociais e étnicos.
Ainda há países onde as mulheres não têm direito à educação, ao voto, ao trabalho. No mundo as mulheres ainda recebem menores salários, e algumas vezes cargas de trabalho maiores além de serem vítimas de violência doméstica, física e psicológica. Muitas vezes não tem direito de escolha sobre sua vida ou nem sobre seu próprio corpo. A luta das mulheres é antiga e se hoje as mulheres têm direitos como: de voto, de trabalho fora de casa, de divórcio, de educação, dentre outros, é porque outras mulheres lutaram por isso.

Bibliografia

ALVES, Branca Moreira e PITANGUY, Jacqueline. O que é feminismo? São Paulo: Ed. Abril Cultural e Brasiliense, 1985.
BAYLIS, SMITH, OWENS.  The globalization of World politics – 4ª Edição.
SARFATI,Gilberto. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Ed. Saraiva, 2015.

Sítios consultados:
https://ensaiosdegenero.wordpress.com/category/teoria-feminista/
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/12/lei-maria-da-penha-reduziu-em-10-o-numero-de-homicidio-de-mulheres
http://azmina.com.br/2017/03/esqueca-o-incendio-na-fabrica-esta-e-a-verdadeira-historia-do-8-de-marco/

*  Eliana Gabriela Opuchkevich: estudante do curso de Relações Internacionais do Unicuritiba.
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